Dia 16 de março, quinta-feira. Leia o relato escrito por Ammá Ludmila:
“Pela manhã, um menino que conheci ontem chamado Reginaldo me acompanhou até a casa das irmãs de São João Batista que residem aqui na vila. Elas mantêm um lar com 60 meninas em um sistema de internato. As meninas estudas na escola da vila. Há uma irmã idosa chamada Maria do Céu e outras duas que são moçambicanas. As meninas pagam para viver lá. Para algumas muito pobres, as irmãs conseguem padrinhos. É uma vida muito simples. Hoje o almoço era arroz somente.
À tarde participei do projeto Claretiano Solidário. Há monitores que se reúnem com as crianças aqui mesmo na missão claretiana para dar reforços escolares. São atendidas 150 crianças, sendo 75 de manhã e 75 à tarde divididas em três turmas por turno. Todas as quintas são dias de brincadeiras.
Essas imagens são das crianças assistidas pelos claretianos em Gilé. O sorriso no rosto, apesar das dificuldades, é uma marca desse povo. Na última imagem, Ammá Ludmila com as crianças moçambicanas.
Continuando o relato:
“Na hora do lanche recebem meio pão que é produzido aqui mesmo. Os padres compraram as máquinas e contrataram alguns funcionários. Assim podem vender pães aqui e em Monéia. As crianças são muito pobres e muito obedientes. Basta um comando do monitor e elas fazem o que é pedido. Os monitores propuseram muitas brincadeiras legais. Todas participavam prontamente.
À noite fui à Monéia com Padre Francismar. Ele é um padre jovem que é vigário na referida vila. Lá há missas nas quintas e nos domingos. Esta é a comunidade que não há missionários residentes e que, se tudo se encaminhar positivamente, poderemos assumir. Ela fica há 27km de Gilé. No caminho vemos casas espaçadas e pessoas cá e lá indo e vindo. A Igreja fica no centro da vila (seguem fotos). Bem perto fica a casa que foi dos padres Deonianos. Muito grande a casa. Não entrei. Disse o padre que tem uns 8 quartos. Passei ao redor da casa pelos grandes corredores e vi também um grande reservatório de água para recolher água da chuva. Bem perto ficam as escolas (os prédios eram da missão, mas hoje estão nas mãos do governo) e um posto de saúde. Quando falo em escolas, não pensem nas construções que temos no Brasil. É um lugar muito agradável.”
Igreja de Moneia com exposição do Santíssimo Sacramento, nessa quinta-feira.
Finalmente:
“A Missão dos Deonianos aqui é anterior à guerra. Está fazendo 70 anos em 2017. Os deonianos não saíram todos do país por causa da guerra, mas este conflito comprometeu as missões católicas. Há ao lado da Igreja uma casa que era das irmãs e está em ruínas. Os claretianos estão recuperando algumas coisas. O presbitério, como é possível notar, está restaurado.
Os padres são muito batalhadores. Precisam lutar junto aos responsáveis do governo para garantir os diretos do povo. Aqui em Gilé eles são respeitados pelas autoridades, mas precisam lutar muito. São solicitados pelo povo para as questões mais variadas. Os recursos que conseguem no Brasil são fundamentais para fazer avançar a missão.”
2 Comentários
As grandezas de Deus são muitas e uma das mais sensíveis é a natureza.
Este trabalho que vocês estão fazendo é árduo, mas com a graça de Deus vocês vão superarem todas as dificuldades.
Levar amor aos mais necessitados é fazer o que Cristo fez….É viver o evangelho!
Encontrar um sorriso no rosto dessas crianças diante de tantas dificuldades já mostra como vai ser belo o trabalho de nossa querida Lud.
Um abraço e obrigada pelas notícias!